Redes e Poder: O Processo de metropolização e a gestão de recursos naturais na cidade de Betim.

O SURGIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BETIM







As migrações intrametropolitanas foram as grandes responsáveis pela expansão urbana que ocorreu nas últimas décadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os saldos migratórios evidenciaram um processo de “inversão demográfica”, ou seja, a capital passou a ter menor participação no crescimento populacional da metrópole, do que o Restante da Região Metropolitana de Belo Horizonte. (CAMARGOS E BRITO 2001)
A tabela 1 que se coloca a seguir mostra que as altas taxas de crescimento verificadas em vários municípios metropolitanos estariam relacionadas à atuação precisa de dois agentes: o Estado e o mercado imobiliário. O município de Betim, situado estrategicamente em relação a Belo Horizonte e a Contagem acabou se destacando como região atrativa para implementação industrial. Desde então, Betim tem recebido um contingente expressivo de população em seu território. Além disso, o desenvolvimento industrial, verificado no município, gera oportunidades de emprego para trabalhadores residentes em outros municípios da região metropolitana.
1988-1991
1995 - 2000
Regiões
Imigrantes
Emigrantes
Saldo
Imigrantes
Emigrantes
Saldo
BH
RRM BH
86.041
73.179
60.385
12.003
25.656
61.176
83.528
93.561
65.827
20.634
17.701
72.927
Vetor oeste
Contagem
Betim
42.582
24.889
10.678
4.879
2.663
1.426
37.703
22.223
9.252
49.598
23.243
16.432
9.801
5.010
3.445
39.797
18.233
12.987
Restante do vetor
7.015
701
6.314
9.923
1.346
8.577
Vetor norte central
18.220
946
17.274
23.380
2.699
20.681
Vetor norte central
Vetor leste
Vetor sul
Vetor sudoeste
4.649
1.158
3.123
3.447
1.886
1.227
1.971
1.094
2.763
69
1.152
2.353
6.651
5.036
4.244
4.652
2.450
1.597
2.337
1.850
4.201
3.439
1.907
2.802
total
159.220
72.388
86.832
117.089
86.461
90.628
Fonte: IBGE - Censo 1990 / 2000

No artigo coloca-se: "No processo de urbanização no Brasil, verificou-se uma perfeita sincronia da urbanização com a metropolização, onde nos aglomerados metropolitanos, os municípios periféricos proporcionaram taxas de crescimento maiores do que as das capitais. A capital mineira não constituiu uma exceção em relação as principais metrópoles do Brasil.”(CAMARGOS E BRITO, 2001).

2.1-O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO EM BETIM
O município de Betim situa-se estrategicamente em relação a Belo Horizonte, a Contagem e aos eixos rodoviários federais, sinalizando ser uma região atrativa para implantação industrial. Isso se confirma com a instalação de várias indústrias, em especial, a da FIAT Automóveis, tornando-se um centro estratégico de produção a nível nacional. De acordo com o Censo Demográfico de 2000, a população era composta por 306.317 pessoas, um dos municípios mais populosos de Minas Gerais. Na RMBH, Betim possui a terceira maior população. A população de Betim tem crescido muito nas últimas décadas, o que pode ser observado através das taxas de crescimento anuais. Apesar das taxas de crescimento do município estar declinando ao longo das décadas, Betim, na década de 90, ainda apresentou uma taxa de crescimento anual muito alta em relação à Capital e a região metropolitana. Também foi observado um aumento de sua participação no crescimento total da região metropolitana nas últimas décadas. (CAMARGOS E BRITO 2001)
O marco do crescimento populacional se deu na década de 50,cuja meta era tornar Minas mais autônoma em relação à geração de energia. Também foi objetivo do governo estadual modernizar o sistema de transporte para integrar o núcleo do estado ao cenário nacional. Belo Horizonte e Contagem beneficiaram-se com os investimentos aplicados, mas Betim continuou com sua economia voltada para o setor agropecuário, insuficiente para promover dinamismo econômico no município. Contudo, a pavimentação da Rodovia Fernão Dias (BR 381) e da BR-262 induziria o surgimento de vários núcleos econômicos ao longo das rodovias. Além disso, o mercado imobiliário já sinalizava o futuro da incorporação do município ao processo de metropolização. (CAMARGOS E BRITO 2001)
Na segunda metade da década de 60, a Refinaria Gabriel Passos, foi o primeiro grande empreendimento industrial no município, tornando-se responsável pelo desenvolvimento de muitas atividades complementares. A disponibilidade de uma grande área cedida pelo governo local, juntamente com a privilegiada localização geográfica, facilitaria o escoamento da produção. Além disso, sua proximidade com Contagem e Belo Horizonte, centro dinâmico da região, garantiria a demanda de um centro consumidor e também o fornecimento de mão de obra. Na década de 70 houve a criação do Distrito industrial Paulo Camilo. Betim recebeu um volume expressivo de investimento que resultou na implantação da FIAT Automóveis S/A, em 1976, formando o segundo maior pólo industrial automobilístico do país, e atraindo outras indústrias ligadas ao setor para o novo “Eldorado Industrial de Minas Gerais” (RODRIGUES, 1980). A implementação da FIAT Automóveis teve grande importância na expansão do industrial da RMBH, e trouxe grandes conseqüências para a reestruturação do espaço urbano de Betim.
Juntamente com a expansão industrial, verificou-se também um crescente processo de favelização no município, principalmente nas áreas urbanas centrais e nas djacências das grandes instalações industriais do município. Frente à ação do mercado imobiliário e ausência de intervenção política local assistiu-se a um processo de periferização extensiva através da oferta de loteamentos populares em áreas pouco valorizadas que, por não serem alvo de investimento público, tornaram-se inanceiramente mais acessíveis às camadas de baixa renda.
Os fluxos migratórios que se dirigiam para o município de Betim foram resultados do processo de exclusão social e espacial na RMBH. A localização do grande capital e das classes de alta renda indicam ser os grandes responsáveis pelas alterações do espaço no aglomerado metropolitano. A localização industrial em Betim contribuiu para a configuração do modelo centro-periferia, levando ao aumento das desigualdades sociais (VILLAÇA, 1998). Paralelamente, cresceu a pressão pela ocupação das áreas, principalmente ao redor das indústrias, incentivada pela atuação do mercado imobiliário.
A seletividade migratória seleciona positivamente (ou atraí) os que apresentam maior nível educacional e maior nível de renda e “expulsa” as camadas populacionais de baixa qualificação e renda (MARTINE, 1980). Apesar das melhorias verificadas entre os períodos analisados, pode-se inferir que grande parte dos imigrantes de Betim possuem um baixo nível de renda e de escolaridade. Para estes, a sociedade e os mercados costumam reservar apenas a exclusão social (BRITO e SOUZA, 1998, p.499).
Para se entender as implicações dos movimentos pendulares nas aglomerações metropolitanas, deve-se levar em consideração os fatores ligados à localização da moradia e a localização das oportunidades de empregos. O processo de redistribuição espacial da população e das atividades econômicas teve como contrapartida a expansão urbana, onde as migrações intrametropolitanas contribuíram decisivamente para a mobilidade pendular de sua população (CUNHA, 1994 e ANTICO, 2003).
Em relação à mobilidade pendular sentido Betim, provavelmente estaria relacionada à presença de um parque industrial, liderado pela FIAT e a REGAP que absorve, em sua maioria, trabalhadores residentes em Contagem e Belo Horizonte .Betim se tornou um importante espaço em relação ao mercado de trabalho metropolitano e, conseqüentemente, um espaço de oportunidades ocupacionais diversificadas tanto para os migrantes, quanto para os não migrantes. O espaço metropolitano pode ser visto como uma unidade única, em relação ao mercado de trabalho. Dessa forma, observou-se uma considerável mobilidade de pessoas residentes em Contagem e Belo Horizonte, em função da localização das atividades econômicas existentes no município.
3-AS REDES E AS RUPTURAS DOS LIMITES DO CRESCIMENTO
A formação e o crescimento das metrópoles industriais dependem continuamente dos recursos naturais que estão sujeitos a limitações. Uma dessas limitações é o tempo uma vez que os recursos seguem ritmos naturais. Outra limitação é a localização desses recursos, que às vezes por não estar próximo exige deslocamento dos mesmos,diferente das sociedades nômades que se deslocavam até os recursos.Essa dificuldade é aparente nas novas aglomerações humanas que são permanentes no mesmo local o que leva a exaustão dos recursos ali presentes.
Tecnologias tiveram que ser desenvolvidas para permitir que os recursos naturais chegassem com mais facilidade e que fosse garantido para o consumo nos ritmos exigidos pela metrópole. Tais tecnologias possibilitam também a liberação controlada desses recursos de acordo com o crescimento e a expansão das cidades.
Também há a necessidade de que esses recursos quando cheguem as cidades sejam controlados e bem distribuídos. Esse controle é feito através do desenvolvimento de sistemas administrativos conhecidos como redes de infra-estrutura, como redes de transporte, água, energia entre outras.
3.1-AS CARACTERISTICAS ESTRUTURAIS DAS REDES
A preocupação ambiental se expande em todas as áreas organizacionais estimulando grupos sócio-ambientais, científicos, sócio empresariais a debaterem sobre o assunto. Essas redes se fortalecem politicamente e são reconhecidas pela sociedade participando cada vez mais dos processos decisórios estimulando parcerias e se tornando mais fortes nas ações onde participam o poder publico e associações de moradores
As redes discutem questões de objetivos comuns e redução de atritos e conflitos considerando as complexidades das sociedades. Dessa forma possibilitam maior disseminação das suas idéias, denuncias e propostas como referencial da sua presença legitima na sociedade civil em todas as áreas sejam elas humanas, ambientais entre outras.
Dessa forma através das redes sociais os impactos das agressões ao meio ambiente repercutem em uma escala global, ampliando a preocupação com o meio ambiente e a consciência dos riscos e das transformações em curso catastróficas e ameaçadoras causadas pela exploração. Essas ações representam a capacidade dos movimentos sociais em explicitar seus objetivos e buscar consensos, tratados e compromissos de atuação coletiva.
As ONGs fortalece as redes sociais através da capacidade de exercer pressão política, ampliar a escala de denúncias, captar recursos, mobilizar e sensibilizar setores da mídia internacional e principalmente produzir e disseminar informações que potencializam a influencia sobre os governos nacionais,organismos internacionais e demais agencias bilaterais e multilaterais, sempre pautando a transparência e legitimidade o que da confiabilidade as suas ações.No Brasil os movimentos sociais se expandem desde os anos 80 graças ao desenvolvimento das tecnologias de informação e da maior visibilidade publica decorrente da democratização.
As ONGs ambientalistas tem causado grande mobilização das mídias nacionais e internacionais quanto aos problemas ambientais disseminados por uma visão anti- ecológica, insensibilidade e intransparencia por parte dos governos na condução de projetos que impactam inquestionavelmente o ambiente. A questão ambiental é um problema por tratar de um conflito de interesses entre os paises que para acelerar o ritmo de crescimento, ou simplesmente continuar crescendo afetam o meio ambiente de maneira indiscriminada. Por conta disso a discussão sobre sustentabilidade tem que ser prioridade como um novo paradigma de desenvolvimento.
4-A COMPLEXIDADE DOS SISTEMAS NATURAIS
O município de Betim sofre grande pressão sobre as questões ambientais por estar em constante desenvolvimento e expansão urbana e industrial. Nove unidades já reconhecidas de ecossistemas e paisagens presentes na cidade são protegidas graças as limitações para o uso e ocupação desses espaços o que permite que o desenvolvimento esteja em consonância com o desenvolvimento sustentável. O reconhecimento das unidades de ecossistemas e o controle sobre a distribuição da cidade busca demarcar as áreas onde deve ou não ser restrito a expansão urbana e industrial, áreas essas que serão destinadas a preservação da biodiversidade ou para as atividades agrícolas.
Segundo a pesquisa realizada pela Emater MG (2007), “a sólida estruturação do Executivo Municipal de Betim em secretarias especializadas, porém integradas, constitui elemento facilitador e favorável à utilização deste trabalho no planejamento do espaço municipal dentro dos paradigmas da sustentabilidade do desenvolvimento. Por outro lado, a ecodiversidade deste Município aponta diferentes alternativas para geração diversificada de renda, permitindo o benefício das diferentes faixas da população, além de atender à legislação ambiental vigente”.
4.1-CARACTERÍSTICAS NATURAIS
4.11 CLIMA:
O clima local é definido como tropical de altitude ameno e seco, com dias ensolarados noites com temperaturas amenas. O verão é úmido, e o inverno seco. As temperaturas médias variam com a latitude. As chuvas variam, em geral, entre 1.500 e 2.000 mm por ano, principalmente em dezembro, janeiro e fevereiro. A seca dura de 4 a 6 meses.(Emater MG, 2007)
  • Temperatura Média das Máximas 22°.
  • Temperatura Média das Mínimas 18°.
  • Temperatura Média Anual 20°.
4.1.2 SOLOS:
As classes de solos observadas dentro do Município de Betim estão descritas a seguir.
4.1.2.1Cambissol:
Os Cambissolos apresentam notória diversidade. São solos pouco desenvolvidos, com, horizonte B em formação. Agrande espessura do horizonte Cambissol, com a predominância da fração silte torna esses solos altamente instáveis. Em geral, onde ocorre voçoroca predominam os Cambissolos. Sua mineralogia é fortemente influenciada pelo material de origem. Podendo ser desde álicos a eutróficos. Essa instabilidade limita a mecanização. Contudo, o Cambissolos de espessura mediana e sem restrição de drenagem apresentam bom potencia agrícola. Os Cambissolos eutróficos encontrados em terraços fluviais são excepcionais para a agricultura. Os álicos, quando corrigidos adequadamente, também são aptos à agricultura, poré são requeridas altas doses de corretivo. (Emater MG, 2007)
4.1.2.2 Argissol:
Os Argissolos são solos profundos, ocorrendo maior concentração de argila no horizonte. São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta, ou baixa. Predominantemente cauliníticos. Podem ter caráter eutrófico. A textura varia de arenosa. Argilosa no Argissol. Permite, em muitas circunstâncias, o emprego de máquinas agrícolas, semrestrições. Respondem bem à aplicação de fertilizantes e de corretivos. (Emater MG, 2007)
4.1.2.3 Latossol:
Os Latossolos são solos mais desenvolvidos, apresentando grande espessura do horizonte B. sendo, portanto profundos. A textura granular torna esses solos permeáveis. Têm capacidade de troca de cátions baixa, variam de fortemente a bem drenados. São fortemente ácidos, com baixa saturação por bases, quando distróficos ou álicos. Quando eutróficos são muito férteis. Dos melhores solos brasileiros. (Emater MG, 2007)
4.1.2.4 Neossolos Flúvico:
Os Neossolos Flúvicos são solos extremamente variados tanto na horizontal quanto na vertical. Apresentam horizonte A sobre camadas correspondentes ao ciclo de inundação e sedimentação. São considerados de grande potencialidade agrícola. São muito heterogêneos, quanto à texturae às propriedades físicas e químicas. A principal limitação ao uso decorre dos riscos de inundações. (Emater MG, 2007)
4.1.2.4 Neossolo Litólicos :
Os Neossolos Litólicos são solos pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico, rasos, com horizonte A sobre a rocha ou blocos de rocha, ou sobre horizonte C. Possuem limitação séria para percolação da água, ficando expostos aos efeitos das enxurradas. A fertilidade do horizonte A é condicionada pela mineralogia do material de origem, podendo portanto serem desde álico até eutróficos. (Emater MG, 2007)
4.1.2.5 Gleissol:
Os Gleissolos são solos permanente ou periodicamente saturados por água. São solos maisdrenados, com teores médios a altos de carbono orgânico. Podem ter textura arenosa noshorizontes superficiais, desde que seguidos de horizonte glei de textura franco-arenosa ou maisfina. Apresentam limitações relacionadas com a drenagem deficiente e, nos distróficos e álicos e também com a baixa fertilidade. (Emater MG, 2007)
4.2 HIDROGRAFIA:
O Município de Betim se insere na bacia hidrográfica do rio Paraopeba com o ribeirão Betim cortando a cidade. A nascente do ribeirão Betim está situada na altitude de 920 m, no Município de Contagem. Sua bacia tem uma área de drenagem total de aproximadamente 17 km². Após percorrer 43 km, deságua no rio Paraopeba, em uma margem direita. Tem declividade média de 3,19 m/km. De sua área total, aproximadamente 139 km² ou 80 % estão no Município de Betim, numa região de maior concentração de ocupação urbana. Num trecho, os principais afluentes são os córregos Saraiva Bom Retiro, Várzea das Flores e o riacho das Areias. O reservatório Várzea das Flores é uma obra de engenharia que tem uma grande capacidade de amortecimento de vazões de cheias, constituindo-se num fator de segurança para a bacia em barra a jusante. Esta segurança decorre de um rigoroso controle de ocupação do solo montante.
Cabe destacar que sua ocupação em várzea ou sua ocupação agrícola é invariavelmente a solução mais barata para os problemas de inundação, além de oferecer outras vantagens como preservar ecossistemas e criar áreas verdes e proporcionar recreação. (Emater MG, 2007)
4.3 RELEVO:
O Município de Betim está inserido na bacia do rio Paraopeba. Seu relevo é o dos planaltos ondulados no imenso tabuleiro que se estende pelos contrafortes da Serra do Curral até Oestede Minas Gerais. O Relevo é acidentado, principalmente nas vertentes da Serra Negra, terminando em vales e áreas com menores declividades. A topografia de Betim pode ser caracterizada pela seguinte maneira: 15% do relevo é plano, 25% é montanhosa e a grande maioria 60% é ondulada.
A intensidade do processo de fragmentação e de redução apresenta padrões diferenciados nas várias regiões da bacia do rio Betim. Esses padrões são decorrentes da interação das características físicas da região, em especial o relevo e a fertilidade do solo, com a sucessão histórica das diversas atividades econômicas desenvolvidas no Município, desde o início de sua ocupação.
As áreas urbanas são as que mais sofreram reduções da cobertura vegetal; a maioria dos remanescentes florestais encontra-se nos topos e nos vales das colinas e na parte alta das vertentes.
Foram identificados, em 1994, três tipos fisionômicos principais. Florestas de galeria, floresta mesófila (secas) e cerrados (lato sensu). As espécies identificadas foram: (Emater MG, 2007)
4.4 MATA GALERIA:
Apresenta elementos da Floresta Amazônica e fica próxima de cursos d'água. Quando sofre influências dos cursos d'água é chamada de fluvial, mas a certa distância é pluvial,é intercalada com outros tipos vegetacionais é denominada capão. O estrato arbóreo atinge ate 20 metros de altura e possui em seu interior grande número de mesófitos, herbáceos, macrófilos e epífitas. (Emater MG, 2007)
4.4.1Florestas mesófila:
São formações florestais caducifólia e subcaducifólia (secas) e acham-se disseminadas abundantemente na área central dos cerrados, em forma de manchas. Ocorrem onde as chuvas são abundantes numa época reduzida. (Emater MG, 2007)
4.4.2 Cerrado:
É uma formação bioestratificada, com estrato herbáceo dominado principalmente por gramíneas. Entre as espécies que ocorrem no .cerrado típico., 40% a 50% participam dos diversos tipos fisionômicos em múltiplas combinações. (Emater MG, 2007)
4.5 COBERTURA VEGETAL:
A ocupação do território do Município mais as atividades de agropecuária e silvicultura provocaram redução nas formações vegetais, tanto em termos de área quanto em termos de biodiversidade. Este ambiente de contato entre diversas vegetações sofre ainda pressões recentes. Há áreas prioritárias para conservação que constituem de ilhas, que poderão oferecer novas alternativas para o uso sustentado de seus recursos. (Emater MG, 2007)
4.6 Fauna:
Grande parte da sua fauna característica desta região de Minas Gerais foi dizimada ao longo de seu desenvolvimento, uma vez que esse fato foi acompanhado da quase total destruição dos habitats naturais existentes.
A caça também tem sido um problema cultural, que levou ao declínio várias populações de animais, outrora muito comuns na região.
Os remanescentes da vegetação natural ainda existentes na APA constituem refúgios para várias populações de animais. Tornam-se, portanto, de grande necessidade a criação e a proteção das Unidades de Conservação, onde se encontram remanescentes destes habitats hoje limitados a pequenas porções de vegetação e nichos hidrológicos, para se tentar a proteção os remanescentes faunísticos dos Municípios de Minas Gerais e, se possível, interligando-os nos corredores ecológicos. (Emater MG, 2007)
4.7 AMBIENTE URBANO E INDUSTRIAL
O ambiente urbano e industrial é notoriamente significativo no município de Betim, tendendo à expansão. Desta dinâmica decorre expressiva pressão sobre os recursos naturais com as seguintes conseqüências.
  • Descaracterização da paisagem natural, conseqüência de trabalhos de terraplenagem e de edificações.
  • Elevação da densidade populacional, refletindo na pressão antrópica sobre os recursos naturais.
  • Impermeabilização dos solos em superfícies sob pavimentação, em especial a asfáltica, áreas onde foram construídas moradias, prédios e galpões.
  • Alteração de leitos fluviais e sistemas ciliares, por canalizações e ocupação urbana.
  • Insuficiência de áreas verdes urbanas.
Estes fatos, apesar da notória vocação urbana/industrial do município, constituem uma forte dependência do ambiente urbano ao espaço rural, sobretudo no que se refere à garantia de água em qualidade desejáveis ao crescente consumo humano e industrial.
As áreas dos ecossistemas identificados como mantenedores de mananciais devem, portanto a serem rigorosamente preservadas, por meio de instrumentos reguladores municipais. O que se referem os ecossistemas com limitações para a expansão urbana, algumas restrições devem ser observadas: Planícies fluviais com suscetibilidade a inundações e encharcamento de solo; os Domos com solos rasos (Neossolos Litólicos e Cambissolos) de elevada erodibilidade,estes ambientes, além de instáveis mecanicamente, são impróprios para a implantação de sistemas de esgotos sanitários; ecossistemas sob vegetação nativa para garantia da preservação de mananciais; solos de elevada instabilidade mecânica (Cambissolos) situados em vertentes ravinada, constituem fatores limitantes a serviços de terraplenagem e estabelecimento de loteamento,estas áreas devem ser destinadas à preservação permanente e os terraços fluviais apresentam níveis mais elevados em relação às calhas dos cursos d.água, Estas unidades já não apresentam restrições ao uso ou ocupação, uma vez que inexistem riscos de inundações e encharcamento de solos. É importante ressaltar que este ecossistema é constituído de solos férteis e propícios a horticultura. (Emater MG, 2007)
6-AS REDES SOCIAIS EM BETIM
Durante nossas pesquisas buscamos redes sociais na internet ligadas diretamente à cidade de Betim, mas não encontramos sites ou blogs direcionados ao assunto.
Somente no site da prefeitura da cidade esse tipo de trabalho pode ser encontrado, através de reportagens e artigos citando a importância da busca pela proteção ambiental meio ao crescimento urbano e industrial vivido pela cidade. Como resultado dessa busca pelo desenvolvimento sustentável na cidade, z Tendo sido reconhecido todo o investimento feito pela prefeitura da cidade desde 2001.
Consultando o site da prefeitura da cidade encontramos também todas as obras de melhoria que têm sido feitas, como saneamento básico nos bairros adjacentes, bacias para deterem as águas da chuva, construção de dois parques ecológicos, dentre.
Encontramos também no site um espaço para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, onde são apresentadas algumas ações como a Educação Ambiental, que é composto de várias oficinas e outras atividades, tendo a comunidade, funcionários públicos, professores e alunos como público alvos; a Agenda 21, que é um documento que estabelece a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais; e os programas Tal & Prosa e Coleta Seletiva, que se referem a como tratar bem o lixo da cidade e como realizar a coleta do mesmo de maneira adequada.
7-CONCLUSÃO
Podemos concluir que Betim, situada próximo a Belo Horizonte e Contagem, cresceu muito nas últimas décadas e tem a 3ª maior população da Região Metropolitana de BH. Referente aos sistemas naturais da cidade, Betim caracteriza-se por intensa pressão decorrente da expansão urbana e industrial. Sua sólida estruturação em secretarias especializadas faz com que o trabalho no planejamento do espaço municipal dentro dos paradigmas da sustentabilidade se torne facilitador e favorável.
Quanto às características naturais podemos definir que Betim possui um clima tropical de altitude ameno e seco, possui diferentes tipos de solos, que inclusive foram citados no artigo, se insere na bacia hidrográfica do rio Paraopeba com o ribeirão Betim e seu relevo é 15% plano, 25% montanhoso e 60% ondulado.
O ambiente urbano e industrial é bastante significativo em Betim o que ocasiona expressiva pressão sobre os recursos naturais que tem como conseqüência a descaterização da paisagem natural, a elevação da densidade populacional, a impermeabilização dos solos em superfícies sob pavimentação, dentre outras.
Sobre as redes sociais em Betim, como explicado no artigo, somente no site da prefeitura da cidade foi possível encontrar reportagens e artigos sobre o assunto, em destaque vale ressaltar o prêmio recebido pela cidade referente ao projeto feito pela fundação estadual do meio ambiente, onde foi reconhecido todo o investimento da prefeitura da cidade desde 2001.
8-BIBLIOGRAFIA
ANTICO, Cláudia. Onde morar e onde trabalhar: espaço e deslocamentos pendulares na RMSP. 2003. 212f. Tese (Doutorado em Demografia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
BRITO, Fausto; SOUZA, Joseane de. A METROPOLIZAÇÃO DA POBREZA. Disponível em <http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/PDF/1998/a141.pdf> ultimo acesso em 10 de maio de 2010
BRITO, F. Brasil, final de século: a transição para um novo padrão migratório? In: Anais do XII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, Caxambu, 2000.
________ e SOUZA Joseane. A metropolização da pobreza. 1998. (Trabalho presentado no Encontro Nacional de Estudos Populacionais, 11., Caxambu, 1998)
CAMARGOS, Elisangela de Oliveira; BRITO, Fausto. A participação de Betim no processo de expansão urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Disponível em <www.abep.nepo.unicamp.br/.../comunic_sec_1_par_bet_pro.pdf > acesso em 10 de maio de 2010;
CUNHA, José Marcos Pinto da. Migração intrametropolitana: movimento dos pobres?Revista Brasileira de Estudos Populacionais, Campinas, v.12, n.1-2, p.59-80, jan/dez. 1995.
JACOB, Pedro. Meio ambiente e redes sociais: dimensões intersetoriais e complexidade na articulação de práticas coletivas. Disponível em <http://www.5elementos.org.br/2003/midia/releases/meioamb_redes_pedrojacobi.doc.> Acesso em 10 de maio de 2010;
MARTINE, George.A redistribuição espacial da população brasileira na década de 80. Brasília: IPEA, 1994. 43p.
PREFEITURA DE BETIM, EMATER MG Caracterização de Ecossistemas de Betim. Disponível em<http://www.betim.mg.gov.br/Resultados.asp?texto=emater> acesso em 10 de maio de 2010;
RODRIGUES, Maria Lúcia Estrada. Produção do espaço e expansão industrial. 1980.150 f. Dissertação (Mestrado em 1980) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1980
VILLAÇA, Flávio. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel/FAPESP, 1998. 373p.


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Att,

Pamela Sobrinho

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