PIB deve crescer em média 4% ao ano de 2014 a 2022, diz Mantega

PIB deve crescer em média 4% ao ano de 2014 a 2022, diz Mantega

Segundo ministro, país está entrando em 'novo ciclo da economia'.
Mantega apresentou aula magna na FGV, em São Paulo.



A economia brasileira deve crescer, em média, 4% ao ano entre 2014 e 2022, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. No que ele chamou de "novo ciclo da economia", os investimentos devem crescer 7% ao ano, e o PIB per capita, 33,2% no mesmo período.
Segundo Mantega, que apresentou aula magna na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), a economia mundial está saindo da crise e os próximos anos serão de recuperação. Nesta semana, ele atingiu oito anos no cargo e se tornou o ministro com mais tempo na pasta desde a retomada da democracia.
Questionado sobre a condução das políticas monetária e fiscal do país para este ano, Mantega garantiu que a inflação “não passará dos limites”, apesar de haver pressões inflacionárias, principalmente dos alimentos, e que o governo cumprirá a meta proposta de superávit de 1,9% do PIB.
Sobre o câmbio, o ministro disse que "continuará flutuando. Portanto, não sabemos se ele vai para cima ou vai para baixo. Nós hoje temos um cenário internacional mais calmo. O cenário que havia ficado nervoso uns meses atrás por causa do tapering [retirada de estímulos à economia dos EUA] hoje está, me parece, assimilado. Então, há mais segurança no cenário internacional. Diminui a chamada aversão a risco".
Déficit de infraestrutura
“No novo ciclo, temos desafios para enfrentar. Brasil tem déficit de infraestrutura. A economia cresceu, mas temos deficiência que vem lá de trás. Estamos correndo contra o tempo, procurando fazer investimentos. Precisamos de investimento também em capital humano. Temos que aumentar a produtividade. Temos que reduzir custos e ter mais inovação tecnológica.”
A mudança no mercado externo também terá influência sobre esse novo ciclo. “O mercado externo é importante. Deve haver recomposição do comércio exterior, e finalmente a expansão do mercado de capitais. Tem que ser principal financiador da expansão das empresas. Daqui para a frente, a possibilidade é que venha crescer, mais IPOs (entrada de empresas na bolsa) e mais captação de recursos”, disse Mantega.
“A crise começou nos países avançados. Tiveram crescimento negativo forte. Emergentes só reduziram o ritmo de crescimento, mas tiveram recuperação rápida. Depois, tivemos outra recaída com a crise nos bancos europeus. Agora, em 2014, a economia mundial deverá crescer mais que em 2013, por isso digo que estamos saindo da crise. Nos próximos anos, haverá recuperação, mas não será tão rápida. Existe luz no fim do túnel, e estamos caminhando nessa direção”, afirmou.
O ministro lembrou que o movimento da economia é cíclico. “Sempre há ciclo de expansão que vai desembocar em crise, e depois haverá período de recessão. Economistas não conseguem cancelar essa lei capitalista inexorável. Quando a economia está em sua expansão, e quando o ciclo é de euforia, como em 2007, economistas esquecem da crise. No início de 2008, o FMI disse que a economia crescia solidamente. Isso, de fato, não se verificou.”
Oferta de títulos bem sucedida
Durante sua apresentação, o ministro afirmou que hoje o país está voltando a registrar aumento de ingresso de capital e os investimentos estão retornando para a bolsa de valores.
“Nesta semana, fizemos duas colocações de títulos no mercado. De títulos em reais, com vencimento até 2050. Houve demanda maior que oferta. Portanto, investidor confia no Brasil. Ontem colocamos um bilhão de euros. Foram adquiridos. Isso é demonstração que há confiança no Brasil. Aquelas análises [de que o país era vulnerável] pararam. O país tem potencial grande e atratividade para investidores”, disse Mantega.
Via G1


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